segunda-feira, 16 de junho de 2008
Eu amo o Google
Isso mesmo. Entre os intangíveis, mais até que a Patrícia Poeta e a Leila do vôlei. E renovo esse sentimento sempre, sempre.
E não é um amor cego, desses que a gente não consegue explicar. Esse é um amor racional, mas dependente e incondicional.
Um em cada seis habitantes do planeta Terra é beneficiado hoje de forma vital e sem custo pelo googou, uma empresa que ganha a vida oferecendo produtos sem obrigar ninguém a comprá-los. É até curioso. A empresa que só aumentou 1.000% suas vendas em cinco anos porque soube se aproveitar das regras do capitalismo não impõe essa lógica mercantilista com seus clientes. Não é preciso comprar, não é preciso clicar onde o site indica. Não tem nem pop-up pra encher o saco.
Sem exagero, o título desse texto poderia ser algo do tipo "googou para presidente" ou "votem no googou". Porque, visualiza: você não paga um tostão – nada, nem impostos, nem taxa de manutenção – e basta seu computador estar conectado – de forma gratuita, se quiser – que ele passa a ser governado por um motor invisível que o torna capaz de gerir as trilhões e trilhões de informações da internet, encontrar receita original de ceviche em trinta segundos, além de oferecer inúmeros outros serviços e ferramentas, inimagináveis há uma década e cuja ausência hoje, só de pensar, assusta.
Há quem tema que o googou possa dominar o mundo. O mundo digital. Pois que domine. Domine cada computador desse planeta, mantendo-o refém das suas soluções geniosas e gratuitas. E abram licitações. Deixem o googou dominar o poder público, os pedágios, as tevês por assinatura, tudo.
Querem ver?
Preciso do nome daquela pousada do ano passado: googou.
Agora, preciso saber como chegar, saindo do centro: googou maps. Me mostra distância, trajeto, opções e, de quebra, me avisa que a rua tal é contramão. Se quero ver em foto de satélite, tem também.
Opa, péra, preciso calcular o preço da diária pra cada um naquela pousada. A calculadora do Windows deu pau. Tela azul. Escrevo na busca do googou o cálculo. Que nem no Excel. Deu.
Agora, quero que todos que irão comigo me ajudem a montar a lista de compras da viagem. Entro no googou docs, crio uma planilha virtual e todos acessam, de forma remota e simultânea, o mesmo conteúdo. A Suélen trocou tomate por cebola agora. Eu vejo aqui. Eu aumento a quantidade de rúcula. Todos balançam a cabeça. Quando troco a marca da cerveja, o Deco faz que sim com a cabeça lá no outro lado da cidade.
Estou escrevendo um artigo acadêmico e preciso consultar outros que já foram publicados: googou scholar. O motorzinho vasculha a rede atrás da palavra-chave em arquivos .doc ou .pdf. Busca no nome do arquivo? Não só. Também pesquisa dentro dos textos.
Mas que diabos quer dizer fálico, órgão sexual masculino ou feminino? O googou afirma quando digito a palavra depois de "define:". Sem espaços.
Quero saber o endereço de tal site. Não sei quase nada dele. Só tenho aqui uma palavra que tem no endereço que se digita no navegador. Sem galho. O googou acha. Escrevo "inurl:" e a palavra que sobrou na memória, sem espaços. Pronto.
Os fundadores do googou, dois jovenzinhos nerds, aparecem em tudo que é matéria sobre empreendorismo, sobre riqueza, sobre valorização de ações. Estão na página 20 da Exame da semana passada. Rindo à toa. Milionários. Bilionários. Tri. Merecem. Esses dois caras merecem ganhar a grana que for.
Fico meio perplexo, sem entender como tudo isso é possível. Nunca cliquei em um daqueles anunciozinhos no canto das páginas. Nunca. Não deixei meu dinheiro em nenhum daqueles vendedores. Mesmo assim, o googou banca a minha satisfação, a minha felicidade e o meu gozo.
Eu a-mo o goo-gou.
Estou à procura de um adesivo. Do tipo: I Love Google, ou que se assemelhe. Pra colar no carro, no caderno, na capa do violão. Alguém tem?
- Juliano Rigatti, no blog Uzina.
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Um comentário:
Também concordo plenamente com Toda a grande ajuda que este Site realmente proporciona aos habitantes da terra!
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