BUBLÉ, Michael - Há uns três anos, os críticos começaram a falar bem de um jovem cantor canadense de nome Michael Bublé, e eu fui ouvir algumas coisas dele. Confesso que, na época, não achei nada de mais. Até que (sempre há um "até que"), semanas atrás, o ouvi cantando "I've got a crush on you", de Gershwin, e... achei tudo demais. Gostei mais ainda quando escutei "Me and Mrs. Jones", sucesso R&B do Billy Paul nos anos 1970, na voz dele. E que voz. Bublé é muito afinado e tem total controle da respiração. Canta melhor que Jamie Cullum, seu talentoso contemporâneo do pop jazz, embora tenha menos swing e seja mais tradicional do que ele.
Bublé já lançou três discos, com repertório bem cuidado - o último, "Call me Irresponsible", é que tem "Me and Mrs. Jones". É reverente à música americana e, claro, ouviu muito Frank Sinatra antes de se lançar na área. O repertório de standards e a grande voz, porém, não justificam o exagero de chamá-lo "novo Sinatra", como muitos, inclusive na imprensa, fazem.
Vejam, então, Michael Bublé cantando "Me and Mrs. Jones", num show no Webster Hall, em Nova York, ano passado. Como ele mesmo fala no vídeo, o espaço é intimista e bonito. A luz contribui para o clima. E o papo que ele tem com a platéia, no início, é espirituoso ("I love you too... but I'm still gonna see other audiences...") - a parte em que ele diz uma dirty word foi cortada.
JONES, Norah - Ela é uma gracinha, de voz rouca, embora sua música seja meio diet. Neste vídeo - trecho de um show em Nashville, no estado americano do Tennessee, em 2004 - ela interpreta "Humble me", pungente canção que escutei recentemente num episódio do "Brothers & Sisters". "Humble me" faz parte do CD "Feels like Home".
Assim como em relação a Bublé, o pessoal que escreve sobre música comete alguns equívocos quando se refere a Norah. Chamar o que ela faz de jazz, por exemplo, é uma piada. A música de Norah é uma mistura de pop, blues e balada country. Temperada pela delicadeza e graça da moça.
(Lucas Colombo)
Um comentário:
Vídeos bem escohidos, Lucas. Shows competentes e elegantes. E pois é, também nunca concordei que a Norah Jones faça jazz. Está longe disso.
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