Finalmente, assisti ao filme vencedor do Oscar, "The Hurt Locker" (o título em português parece aquelas legendas de canal de notícias, não?). E que filme. Não toma partido nem dos iraquianos nem dos americanos, não faz concessões (não há uma historiazinha de amor, por exemplo), não tem final edificante, não tem personagens unidimensionais. A câmera trêmula e a tensão do roteiro fazem-nos entrar totalmente naquela atmosfera asfixiante de quem trabalha com desmantelamento de bombas numa guerra. Kathryn Bigelow, ótima diretora, oferece cenas memoráveis, como a do encontro de William (Jeremy Renner) com o cadáver do garoto com quem jogou bola e a da tentativa de desativar os explosivos do sujeito transformado em homem-bomba. Não é uma obra que vai mudar os rumos do cinema; é, simplesmente, um excelente filme, que possui grande dramaturgia, personagens marcantes e faz pensar no que uma guerra ocasiona a quem dela participa. O que mais podemos esperar da "sétima arte" que não belas cenas e uma densa e reflexiva história? Se é para entrar nessa briguinha idiota com "Avatar", digo que "Hurt Locker" é tudo o que a produção de James Cameron não é: adulto. Missão concluída.
(Lucas Colombo)
2 comentários:
Lucas, falou tudo. Tirando os efeitos visuais do Avatar, o que sobra? Guerra ao Terror é muito mais cinema. Abraço!
Ainda não vi. Mas concordo que Avatar é uma diversão e nada mais.
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