Boa notícia para quem ainda sabe o que é boa música: Amoroso, de João Gilberto, será relançado em vinil. Foi nesse álbum de 1977 que o grande cantor e violonista se mostrou mais "universal". Então já ouvido no mundo todo e morando nos EUA, João pinçou canções em inglês, espanhol, italiano e português cujas letras falassem de relações amorosas (daí o título) para gravá-las em arranjos que uniam seu violão às cordas e sopros do maestro Claus Ogerman, alemão parceiro de Tom Jobim em alguns trabalhos. O resultado musical é tão bom, que compensa a má pronúncia de João nos idiomas estrangeiros. Ele leva 'S Wonderful, o standard dos irmãos Gershwin, numa interpretação delicada e em batida de bossa nova; despe Besame Mucho da dramaticidade de bolerão e, deixando-a quase irreconhecível, põe um figurino low profile no lugar, um tom baixo com harmonização inusitada; e faz scats vocais irresistíveis ("bailo, bailo, bãm bãm bãm...") em Tim-tim por tim-tim, um samba antigo bem sincopado, a faixa mais 'rítmica' do disco. Completa o Lado A a italiana Estate, a única que, arrastada, não dá vontade de ouvir até o fim. No Lado B estão Wave, Retrato em Branco e Preto, Caminhos Cruzados e Triste, quatro belos casamentos de letra e melodia perpetrados por Jobim. John Pizzarelli e Diana Krall, dois nomes competentes do jazz e da canção atuais, já fizeram declarações de amor ao disco. You can't blame them for feeling amorous: é realmente uma beleza esse Amoroso. Vou te contar... (Lucas Colombo)
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
MM Recomenda - Amoroso, de João Gilberto
Boa notícia para quem ainda sabe o que é boa música: Amoroso, de João Gilberto, será relançado em vinil. Foi nesse álbum de 1977 que o grande cantor e violonista se mostrou mais "universal". Então já ouvido no mundo todo e morando nos EUA, João pinçou canções em inglês, espanhol, italiano e português cujas letras falassem de relações amorosas (daí o título) para gravá-las em arranjos que uniam seu violão às cordas e sopros do maestro Claus Ogerman, alemão parceiro de Tom Jobim em alguns trabalhos. O resultado musical é tão bom, que compensa a má pronúncia de João nos idiomas estrangeiros. Ele leva 'S Wonderful, o standard dos irmãos Gershwin, numa interpretação delicada e em batida de bossa nova; despe Besame Mucho da dramaticidade de bolerão e, deixando-a quase irreconhecível, põe um figurino low profile no lugar, um tom baixo com harmonização inusitada; e faz scats vocais irresistíveis ("bailo, bailo, bãm bãm bãm...") em Tim-tim por tim-tim, um samba antigo bem sincopado, a faixa mais 'rítmica' do disco. Completa o Lado A a italiana Estate, a única que, arrastada, não dá vontade de ouvir até o fim. No Lado B estão Wave, Retrato em Branco e Preto, Caminhos Cruzados e Triste, quatro belos casamentos de letra e melodia perpetrados por Jobim. John Pizzarelli e Diana Krall, dois nomes competentes do jazz e da canção atuais, já fizeram declarações de amor ao disco. You can't blame them for feeling amorous: é realmente uma beleza esse Amoroso. Vou te contar... (Lucas Colombo)
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