quarta-feira, 14 de maio de 2008

Adiós



Foto: ABr


Marina Silva renunciou porque perdeu espaço. No início do governo Lula, era um dos nomes de maior prestígio na Esplanada. Foi a primeira ministra a ser anunciada pelo então presidente eleito, em 2002 - antes até dos outrora todo-poderosos Antônio "quebra de sigilo" Palocci e José "mensalão" Dirceu. Nos últimos tempos, foi sendo desprestigiada, foi vendo a questão do meio-ambiente perder importância no governo (se é que um dia, realmente, teve alguma), foi assistindo ao presidente contemporizar suas preocupações. Como no início do ano, quando ele disse que houve "alarde" na divulgação, por parte do Ministério do Meio-Ambiente, de números indicando que o desmatamento na Amazônia havia aumentado. Marina também gerou muito desconforto ao restringir, no final do ano passado, o crédito dos bancos oficiais às fazendas que não se adequavam às normas ambientais. Fora os casos de liberação da soja transgênica e licenciamento ambiental para construção de hidrelétricas no Rio Madeira, em que bateu de frente com o Executivo. Marina foi ficando desgastada. Ambientalista radical, não 'fechava' com o 'desenvolvimentismo' do governo (e Lula adora um discurso desenvolvimentista). Não havia condições políticas de ela continuar, como a ex-ministra mesmo afirmou na carta de demissão.

E, realmente, perder a liderança de um projeto relativo à Amazônia para o ministro Mangabeira Unger é de amargar. Aliás, o Mangabeira é ministro do quê, mesmo? (Lucas Colombo)

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