sexta-feira, 27 de junho de 2008

Grande idéia


A New Yorker é uma das melhores revistas do mundo, e está sendo muito interessante acompanhar a disputa eleitoral nos Estados Unidos por meio do seu site. Muito bom, por exemplo, o artigo "What's the big idea?", de Dorothy Wickenden. Ela lembra que, enquanto George W. Bush defendia obsessivamente um ataque ao Iraque, em 2002, o jovem senador Barack Obama afirmava que uma guerra contra o país árabe teria altos custos, dos pontos de vista financeiro e humano, e que uma invasão sem fortes motivos e apoio internacional só aumentaria o ódio dos fundamentalistas islâmicos contra os EUA. "Eu não me oponho a todas as guerras. Me oponho a guerras burras", disse Obama, em discurso, naquela época. Ponto para ele, claro. Hoje candidato democrata à presidência, Obama apresenta, na opinião de Dorothy, propostas equilibradas e pertinentes, mas falta-lhe ainda uma "big idea", uma definição clara das prioridades de seu governo. Bush, apesar de tudo, teve um objetivo específico: bater forte nos terroristas e 'impôr democracia e paz ao Oriente Médio' (coisas que fez de maneira desastrada). Obama, por sua vez, ainda carece de um foco. Mas Dorothy frisa que, mesmo precisando desenvolver melhor algumas de suas idéias, o democrata tem uma visão política mais consistente que a de John McCain, seu rival republicano. Referindo-se ao título de um dos livros de Obama, "The Audacity of Hope" ("A Audácia da Esperança"), a articulista conclui, em um recado ao candidato: "Um pouco mais de audácia gerará muito mais esperança". That's it.

(Lucas Colombo)

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