quinta-feira, 3 de julho de 2008

Viva la libertad!


(Foto: Estadão)

Emocionante o resgate da ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, mantida em poder das Farc havia seis anos (seis anos!). Ela contou ontem, ao desembarcar do avião que a levou de volta para Bogotá, como foi o momento em que soube da libertação:

“Fecharam as portas do helicóptero e ele decolou. E algo aconteceu. Não me dei conta do que era, e de repente vi o comandante que durante tantos anos, quatro anos, que nos comandava, que tantas vezes foi tão cruel, e tão humilhante e tão déspota, o vi, no chão, sem roupa, com os olhos vendados. Não creiam que senti felicidade. Senti muita lástima. Porque dei graças a Deus de estar com pessoas que respeitam a vida dos demais, mesmo quando são inimigos. O chefe da operação disse: ‘Somos o exército nacional. Estão em liberdade’. E o helicóptero quase cai, porque saltamos, gritamos, choramos, nos abraçamos, não podíamos acreditar".

A operação do exército colombiano foi, segundo os analistas, um sucesso de estratégia - nenhum tiro foi disparado - e contribuiu para debilitar ainda mais a guerrilha financiada pelo narcotráfico. Sem Ingrid, as Farc perdem seu último grande trunfo. Outros três reféns americanos foram resgatados, além de onze militares colombianos. Todos ganharam suas vidas de volta. Imaginem: se um seqüestro relâmpago já é de uma crueldade sem tamanho, o que se pode dizer de um que dura seis anos (de novo: seis anos!)?

E o presidente venezuelano Hugo ("Por qué no te callas?") Chávez, até pouco tempo apoiador ferrenho da guerrilha, demorou, mas acabou dando uma declaração sobre o caso. Parabenizou o colega colombiano Álvaro Uribe pela operação e se dispôs a auxiliar na libertação dos outros reféns. Chávez tem tentado ser menos simpático à guerrilha, nas últimas semanas, inclusive pedindo que ela abandone a luta armada. Humpf... Enfim. Deixem esse cara pra lá também. Tomara que os últimos acontecimentos levem a um processo de paz na Colômbia. E que Ingrid retome sua vida. Ela agora é uma mulher livre. Viva a liberdade. Sempre.

(Lucas Colombo)

Um comentário:

Anônimo disse...

O Chávez já anda mais calado. Melhor assim.