terça-feira, 17 de março de 2009

King 90


Nat King Cole, o grande cantor americano morto em 1965, faria 90 anos hoje, e, para lembrá-lo, nada melhor do que ouvir sua música. No Youtube há
vídeos em que ele interpreta, com a qualidade habitual, "Unforgettable" e "When I fall in love", canções bastante conhecidas do seu repertório. Mas, para fugir do óbvio, selecionei aqui para o blog dois trechos de apresentações suas ao lado de outros grandes músicos: Ella Fitzgerald, Oscar Peterson e Coleman Hawkins. No primeiro, Nat faz um dueto com Ella em "You're the Top", célebre composição de Cole Porter (no início, Nat comenta que a letra, repleta de elogios, representa o que ele gostaria de dizer à cantora), e, no segundo, junta-se ao trio de Peterson para defender "Sweet Lorraine", standard de Mitchell Parish também famoso em sua voz.

Aqui, então, Nat, Ella e Cole Porter:



E aqui, "Sweet Lorraine", com
Nat no vocal, Peterson ao piano, Ray Brown no baixo, Herbie Ellis no violão e, em participação especial, Coleman Hawkins no saxofone. Vejam que belo time.



Ambos são registros do programa "The Nat 'King' Cole Show", que o cantor apresentou na emissora NBC, em 1956 e 1957. Ele foi o primeiro negro a
comandar um programa de TV nos Estados Unidos - e quando a atração acabou por falta de patrocinadores, atribuiu o fato a racismo. Nat foi também ator (interpretou o compositor de blues W. C. Handy na cinebiografia dele, "St. Louis Blues") e era bom pianista, tendo, aliás, no início dos anos 1940, formado um trio de jazz e blues com um guitarrista e um baixista, o King Cole Trio, com o qual lançou os primeiros discos. Poucos anos depois, foi testado e aprovado como cantor, e a voz passou, então, a ser o seu principal instrumento. Dono de um vocal grave e aveludado e de ótima dicção, Nat combinava humor e elegância em muitas apresentações (procure ver também seu encontro com Sammy Davis Jr.) e, mesmo soando "meloso" demais em alguns temas, sempre buscava suavidade nas interpretações e na montagem do repertório. Unforgettable.

(Lucas Colombo)

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