Para complementar o breve texto sobre o Instituto Cultural Inhotim, de minha última coluna, publico aqui algumas fotos e mais informações a respeito. O arquivo de imagens do site do museu, porém, é evidentemente maior e mais rico. Acessem.
Localizado no vilarejo de Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte, o espaço, fundado pelo empresário e mecenas Bernardo Paz, foi aberto ao grande público em 2005, e hoje recebe centenas de milhares de visitantes por ano. É lugar para ser contemplado com calma. Por isso chegamos cedo, vindos de Lagoa Santa – cidade vizinha a BH – e passando pela chamada Linha Verde, rodovia bem cuidada e recentemente duplicada, ladeada por vegetação do cerrado. Almoçamos num restaurante de lá mesmo e saímos perto do horário de fechamento, around 16h, ainda com algumas obras por ver.
Até onde se sabe, não existe iniciativa similar no mundo, de unir a arte contemporânea à natureza, numa mescla de museu com jardim botânico. A paisagem tropical dos 350 mil m2 de Inhotim, por sinal, é bela. Ir de uma galeria a outra caminhando por entre suas palmeiras, eucaliptos e lagos ornamentais, habitados por garças e patos, e observando o horizonte de montanhas, é muito agradável. Segundo informações do instituto, são mais de três mil as espécies de plantas cultivadas. Só de aráceas (como antúrios e copos-de-leite) são 400 espécies, e de orquídeas, mais de 300.



Inhotim apresenta o que há de melhor em arte contemporânea. Focada nos trabalhos feitos a partir dos anos 1960, a coleção de Paz, conforme indiquei na coluna, não é 100% imperdível, mas tem coisas bastante boas. São mais de cem artistas, nacionais e estrangeiros, que aparecem com instalações, esculturas, desenhos, pinturas, fotografias e videoartes. As peças estão expostas ao ar livre ou dentro dos pavilhões e galerias, algumas com nomes de contemporâneos festejados, como Adriana Varejão (a mais bonita; parece flutuar sobre um dos lagos) e Cildo Meireles (suas famosas “Coca-colas” estão nela). Mostras temporárias também são realizadas.




Além dos nomes que citei no texto da coluna, Inhotim tem ainda Waltércio Caldas, Amílcar de Castro, Iran do Espírito Santo, Matthew Barney (esse um dos dispensáveis, a meu ver), Chris Burden (outro com um trabalho, ainda que grandioso, difícil de levar a sério), Olafur Eliasson e Steve McQueen. Sai-se de lá positivamente surpreso com o diálogo que o instituto promove entre arte contemporânea e natureza. Em todos os aspectos, Inhotim é um empreendimento e tanto.
(Texto e fotos: Lucas Colombo)
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