segunda-feira, 20 de outubro de 2008

À prova de vaias?



Ouvi com curiosidade o novo álbum de Marcelo Camelo - seu primeiro em carreira solo. Com curiosidade e dor, pois foi horrível.

Eu me pergunto: quem esse cara pensa que é? As músicas e seus arranjos soam pedantes o tempo todo. Arrogantes, inclusive. É uma MPB com ar boçal, composições forçadas que resultam em sonoridades insípidas.

Gosto de muita coisa que o barbudo fez à frente do Los Hermanos. E esperava coisa boa tanto dele quanto de Amarante, de bons compositores que ambos se mostraram. Camelo já decepcionou, espero agora pelo outro.

A verdade é que no último CD do grupo, "4", algumas coisas já ficavam claras: o casal andava em caminhos diferentes; o caminho que se mostrava mais negro era mesmo o de Camelo. O clima já era um pouco modorrento, sem sal, bestinha. Não tanto quanto agora, mas já.

Os shows que o barbudo tem feito vão contra minha opinião: fãs cantam ardorosamente o CD inteiro, num clima parecido com o que já se via nos 'Cultos' dos Hermanos. Sim, um Culto. Uma vez quase fui esmagado em um show deles no Opinião, pois parecia que as pessoas disputavam o posto de groupie mais ardorosa. Acho que esse clima de devoção abestalhada se reproduzirá em Porto Alegre mais uma vez.

Critérios? Ouçam o troço e entenderão...

Estou ranzinza, sim.


(Flávio Aguilar)

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