sábado, 12 de maio de 2012
Millôr, by Piza
"Millôr é também um grande jornalista. Além de sua atividade como autor, editor, crítico e ombudsman, não de yamamotos (os erros e lapsos sem importância), mas daquilo que, com humor involuntário, os jornais de hoje chamam de "atitude", Millôr tem sido um grande jornalista nesses anos todos porque leva ao papel-jornal um poder crítico e criativo que para muitos, a começar por jornalistas, ele nem merece. Como Millôr diz no mesmo "Autodefinição de Vão Gôgo": "Eu trabalho para o público, o público paga para me ler, mas os intermediários ficam com tudo e ainda zombam de mim e do público, achando que eu não o atinjo e ele não me compreende".
Millôr esteve em "O Cruzeiro", "Veja", "Pasquim", "Isto É" e "Jornal do Brasil", entre outros; agora está em "O Dia" e na revista "República", sempre com audiência ampla e irrestrita, sem anistia para os poderosos. Não foram poucas as saídas honrosas, motivadas por sua saudável intransigência em dizer o que pensa, num país em que, na frase de Cláudio Abramo, "ninguém diz o que pensa e ninguém pensa no que diz". E lá está Millôr, fazendo sucesso de novo com o mais imponderável dos bens, a inteligência, aquela que, segundo os donos do quarto poder, não vende jornal."
- Uma grande inteligência escreve sobre outra: trecho de texto do Daniel Piza sobre Millôr Fernandes, publicado na Gazeta Mercantil em março de 2000.
(Lucas Colombo)
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