quarta-feira, 13 de julho de 2016

Tempos (pós-) modernos



O muito bom MoMA de San Francisco, California, reinaugurado em maio, abriga a escultura "Sequence" (2006), feita com placas de aço por Richard Serra, para mim o mais respeitável nome da chamada arte contemporânea. Trabalho grande e elegante, como se espera de seu autor, compõe-se de elipses retorcidas interligadas por um "S", por dentro das quais o público pode andar, como num labirinto. O "S" dá a impressão de que estamos voltando para o ponto de onde partimos, mas não estamos.

O aço pesado consegue transmitir leveza. Eis a ambiguidade sempre desejada numa obra de arte.



E o museu tem ainda uma mostra temporária com os mobiles de Alexander Calder, o escultor americano morto há 40 anos. Chapas de metal coloridas e vazadas unidas por fios de arame, que se movem com o vento. Frequentador do Brasil entre os anos 1940 e 1960 (doou a peça "Black widow" para o Instituto dos Arquitetos do Brasil, em SP), Calder deitou influências na chamada segunda geração modernista. Sua obra ecoa, em especial, na de Abraham Palatnik, com a diferença de que as esculturas desse se movimentam ordenadamente por força de motores e imãs.


Um de seus stabiles, com os quais os "Bichos" de Lygia Clark dialogam:


Elegância, leveza, precisão e reflexão.

(Lucas Colombo, de San Francisco - EUA)

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